quinta-feira, 31 de março de 2011

Caso de sucesso: HABIB´S



Por Mariana Melo
O crescimento da rede Habib's se confunde com a história do seu fundador, Antônio Alberto Saraiva. Alberto Saraiva, médico por formação, mas empreendedor por vocação, acreditou em uma idéia e construiu um império a partir de poucos recursos. O negócio parecia impossível: fast-food brasileiro, servindo comida árabe e controlado por um português sem qualquer vínculo com o mundo oriental. Apesar dos descendentes de árabes só comporem 7% da população do Brasil, o restaurante experimenta o reconhecido sucesso junto aos consumidores. O grande segredo da rede foi saber adaptar a culinária árabe ao paladar do brasileiro. A partir de uma lanchonete, em 20 anos, ele firmou seu empreendimento como a segunda rede de fast-food no país.
Quando criança Alberto Saraiva dividia com os pais, portugueses como ele, o sonho de ser médico. Esse fato fez com que no começo da década de 70 a família Saraiva se mudasse para São Paulo capital, a fim de dar a oportunidade ao filho de ingressar no curso de Medicina. Como meio de sustento da família, iniciaram a operação com uma padaria no bairro comercial do Brás, Zona Leste da cidade. Mas logo no primeiro ano de curso, a violência da cidade grande mudou o destino de Alberto: em um assalto ao estabelecimento comercial, seu pai foi morto. Sendo o filho mais velho, se viu obrigado a abandonar a faculdade para se dedicar ao negócio da família. Mal sabia ele que, ironicamente, ali começava sua história de sucesso. 

Inexperiente, passou por muitas dificuldades gerindo a padaria e percebeu que era preciso conhecer o trabalho realizado na empresa para não depender de seus funcionários. O negócio prosperou e, em 1976, obteve seu primeiro lucro comercial com a venda da padaria, o qual investiu em uma lanchonete. Essa foi a primeira negociação de muitas que ainda viriam.  O valor do esforço de Alberto é maior na medida em que conseguiu prosperar nos negócios ao mesmo tempo em que concluiu o curso de medicina.

Administrando a lanchonete, conheceu um dos melhores cozinheiros árabes de São Paulo, Paulo Abud. Muito cedo, conversando, os dois perceberam que os restaurantes especializados nesse tipo de comida eram raros e com preços altos. Paulo Abud foi o responsável pelo conhecimento de comida árabe de que Alberto precisava para consolidar seu restaurante. Em 1988 o Habib's inaugurou sua primeira loja na Rua Cerro Corá em São Paulo. De modo a garantir a variedade do cardápio e de não apostar somente em produtos específicos, aproveitou a sua experiência profissional e incluiu outros produtos mais comuns ao público brasileiro: pizza, pastel e chope. Além disso, ajustou as receitas árabes ao gosto nacional. Assim, o pão sírio ganhou uma versão mais macia e dourada, charutos e abobrinhas recheadas receberam um molho de tomate especial, a esfiha uma massa mais leve, a carne bovina foi instituída em substituição a carne de carneiro e temperos como alho, hortelã e gergelim foram usados com moderação.

Prato árabe acompanhado com sobremesa portuguesa.
Saraiva percebeu uma oportunidade observando o público de baixo poder aquisitivo e esse foi o seu diferencial. Ele democratizou o consumo de seus produtos com preços que são acessíveis ao orçamento dos brasileiros, fazendo com que as pessoas pudessem freqüentar um restaurante, comer bem e gastar pouco. A partir do sucesso do empreendimento, alguns sócios se uniram com a meta de abrir novas lojas. Em 1992, foi adotado o sistema de franchising, inaugurando a primeira loja franqueada da rede em Santo André, São Paulo. Ao completar 10 anos de atuação no mercado, o Habib's já ultrapassava a marca de 100 lojas. A expansão e solidez da cadeia se assentaram no tripé: preços baixos, variedade e alta performance em qualidade. Em 1999 deu início à campanha "Nosso preço começa com zero", destacando três produtos que custam menos de R$ 1,00 (pastel, kibe e esfiha). O primeiro mês de campanha conseguiu elevar a venda do pastel em 220% e da esfiha e do kibe em 30%. 

Visando a padronização e o sucesso das franquias, foi criado um manual de fast-food do Brasil: o manual de operações da rede Habib's. Além disso, foi desenvolvida a ideia de criar a UTIH - Unidade de Terapia Intensiva do Habib's - para diagnosticar e solucionar os problemas das lojas.  Não contrair financiamentos foi outra chave do sucesso. Desta forma, uma das políticas da rede Habib's é: o investimento para se abrir uma franquia deve provir do patrimônio do investidor. Por essa razão, permite-se que haja diversos sócios, mas jamais empréstimos e financiamentos. Folha de pagamento enxuta é outro ponto a se destacar quando se trata de despesas.

Loja do Habib´s.

Seguindo a filosofia: "Não basta atender o cliente com eficiência e sim surpreendê-lo sempre", a empresa adotou uma série de iniciativas que só contribuíram para o desenvolvimento da marca. A certeza da própria qualidade levou a rede a lançar o "Habib's 28 minutos". O programa revolucionou os sistemas de entrega de fast-food: se no espaço de 28 minutos, contados a partir do momento em que o pedido é anotado, o cliente não receber a encomenda, não precisa pagar. Além desse diferencial, mantém no ar seu serviço de relacionamento com o cliente, batizado de "Alô Tia Eda". 

Seu poder de fogo ainda é pequeno se comparado ao da sua principal concorrente: Mc Donald's. Mas isso não impede o comandante do Habib's de cutucar o gigante do fast-food. Para competir com a rede americana, Alberto Saraiva teve que ser visionário e inovador em um país como o Brasil, marcado pelas crises econômicas, onde mais de 70% das empresas fecham as portas nos dois primeiros anos de vida.  Alberto acredita que o segredo do seu sucesso foi persistir, não aumentar o preço por longos períodos e manter a mesma qualidade do seu produto.

O Habib's atrai multidões de consumidores e lucra na quantidade de produtos vendidos, mesmo com uma baixa margem de lucro. Tudo isso só foi possível graças à personalidade de seu fundador: visionário, determinado e sonhador. Hoje, Alberto Saraiva, é dono de doze empresas que fornecem a matéria-prima e serviços para uma série de processos e serviços da rede. A empresa, como o próprio empresário faz questão de ressaltar, é a maior marca de fast food de comida árabe do mundo. São 300 unidades espalhadas pelo país e um faturamento de R$ 900 milhões anuais.


Empresa: Habib´s
Site: www.habibs.com.br
Contato: através do site
Ramo de atividade: franquia de lanchonetes árabes
Funcionários: 15 mil
Faturamento: 900 milhões

Franquia de Fast Food Giraffas

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O Giraffas, quarta maior rede de fast food do Brasil, participa até sábado, 28 de junho, da ABF Franchising Expo, principal feira do setor de franquias na América Latina. Nos quatro dias de duração do evento são aguardados cerca de 32 mil empreendedores que conhecerão a oferta de franquias da marca.
A rede registrou no primeiro trimestre do ano um crescimento de 26% nas vendas em relação ao mesmo período de 2007, índice superior a média do setor que foi de 22,3% segundo pesquisa da ABF. No ano passado o Giraffas obteve um crescimento de 25% no seu faturamento em relação a 2006, 50% superior à média do setor de franquias de alimentação no mesmo período. A rede faturou mais de R$ 279 milhões no ano passado.

Com 270 unidades distribuídas por 15 estados e Distrito Federal. A meta da empresa para este ano é chegar a marca de 300 operações, entre as inaugurações estão programadas as primeiras lojas nos estados do Rio Grande do Sul, Piauí, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Ceará e Rondônia. Para atingir esta meta a rede investirá a cifra de R$ 16,5 milhões em inaugurações.
Segundo Cláudio Miccieli, diretor executivo do Giraffas, a abertura de lojas em estados onde a rede ainda não atua, tem como finalidade concretizar a marca em todo o país. “Atuamos em todas as regiões geográficas do Brasil e até o final do ano serão inauguradas novas lojas em todas elas, inclusive no Sudeste, onde apesar de já termos 140 unidades, ainda existe espaço para novas operações”.

Convênio com a Caixa Econômica Federal
O empreendedor interessado em adquirir uma franquia do Giraffas tem uma oportunidade de parceria com a Caixa Econômica Federal, que oferece uma linha de financiamento de 50% do valor necessário para a abertura de uma franquia. A Caixa ainda dá toda a assistência necessária ao novo franqueado que terá 48 meses para pagar o empréstimo e até seis meses de carência. As taxas de juros são de 5% ao ano mais a variação da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP atualmente em 6,25% ao ano.
A concessão da linha de financiamento é dividida nas seguintes etapas: na primeira o franqueador realiza uma análise do perfil do franqueado, em seguida o candidato desenvolve um plano de negócios em parceria com o franqueador, este plano de negócios é analisado pela Caixa, o candidato então deve formalizar a criação da nova empresa, para depois o banco  contratar o crédito com a nova unidade franqueada.

ABF Franchising
O Giraffas ocupa um espaço de cerca de 90m² no Pavilhão Azul do Expo Center Norte onde apresenta o Photoboard Digital, equipamento de marketing que permite a atualização via internet em tempo real do cardápio oferecido pelas lojas. Para a feira, serão levados cinco telões, três exibirão o mesmo conteúdo das lojas, para que os interessados em adquirir uma franquia possam saber como funciona esta ferramenta de marketing, os demais exibirão filmes institucionais do Giraffas e da Giraturma, personagens infantis da rede.
O projeto de franquia e o folder produzido para a feria têm o slogan “Sanduíches e Grelhados, Arroz e Feijão. Tudo que a sua franquia precisa para crescer”, e apresentam um pescoço de girafa como ilustração, para fazer alusão à conceitos como crescimento e visão de negócio, já que a girafa tem uma vista “privilegiada” por enxergar “das alturas”.

Ficha da Franquia
Ramo: Alimentação
Investimento inicial: R$ 353.000,00 (loja de shopping) e R$ 422.000,00 (loja de rua) (Não incluso o ponto comercial).
Taxa de franquia: R$ 50.000,00
Capital de giro: R$ 20.000,00
Royalties: 4% do faturamento bruto mensal
Fundo de marketing: 4% do faturamento bruto mensal
Área mínima: 40m² (loja de shopping) e 150m² (loja de rua)
Nº de funcionários: a partir de 18
Faturamento médio mensal: R$ 100.000,00
Lucro líquido médio: 13% do faturamento bruto
Prazo de retorno: 32 meses
Prazo de contrato: 60 meses
Telefone para contato: (61) 2103-1800
e-mail: franquias@giraffas.com.br
site: www.giraffas.com

Franqueados do KFC querem a fritura de volta

Nos Estados Unidos, os franqueados da rede KFC estão em pé de guerra com os administradores para manter o frango frito como estrela do cardápio

Franqueados do KFC querem a fritura de volta
Nada de comida saudável, os franqueados do KFC querem que o frango frito seja o item principal do cardápio
São Paulo - Os administradores do KFC, conhecida rede americana de alimentação, resolveram mudar sua estratégia e colocar o frango grelhado como um dos principais itens do cardápio. Deixando de lado o frango frito, que fez a fama do restaurante.

Os franqueados da rede estão revoltados e garantem que a decisão está fazendo com que as lojas vendam menos. A receita no segundo trimestre teria diminuído 7%.
De acordo com a Bloomberg BusinessWeek, os franqueados acreditam que esta estratégia de ter uma consciência saudável está confundindo os consumidores e é ruim para a marca.

Em janeiro, o conselho de franqueados do KFC processou a administradora para ter o controle das estratégias de propaganda. A empresa, que pertence ao grupo Yum!, se defende e garante que a decisão foi tomada com base em extensas pesquisas com consumidores.

Mudanças como esta estão fazendo com que os franqueados se rebelem e queiram, sozinhos, tomar conta da rede. "No caso do KFC, houve uma troca do conselho administrativo, que acaba não olhando muito para a rede", opina Marcus Rizzo, especialista em franquias e sócio da Rizzo Franchise.

"O franqueador precisa ter uma pesquisa para que decisões como a do KFC sejam embasadas e promover um workshop para mostrar isso aos franqueados, tentando envolvê-los", sugere Claudia Bittencourt, da Bittencourt Consultoria.

Como resolver?
Para os especialistas, o grande problema é a falta de comunicação."Faltou um envolvimento maior com o franqueado na tomada de decisão", diz Claudia.

Reclamar nem sempre ajuda. Em muitos casos, o franqueador é o único fornecedor, o que causa uma dependência que impede reações mais radicais. "A solução é cada vez mais sentar e conversar, mas dificilmente o franqueado consegue fazer isso sozinho", conta Rizzo.

Para o advogado especialista em legislação de franquias, Luiz Felizardo Barroso, o fato não é inédito e um trabalho através do conselho de franqueados é a recomendação mais comum. "A existência deste conselho previne iniciativas isoladas quando o conceito do negócio estiver em jogo", diz Barroso.